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REVOLTA DA CACHAÇA (1661)

  • Foto do escritor: Rodrigo Hemerly
    Rodrigo Hemerly
  • 6 de dez.
  • 2 min de leitura

O artigo da coluna Fatos e Personalidades da Nossa História do mês de novembro de 2025, do Jornal Abaixo-Assinado Jacarepaguá e das Vargens, versa sobre a Revolta da Cachaça, e tem como objetivo básico esclarecer a população carioca sobre este importante assunto.


A Revolta da Cachaça ocorreu entre novembro de 1660 e abril de 1661 na capitania do Rio de Janeiro, em virtude de questões econômicas e políticas.


A cachaça foi proibida pela Coroa Portuguesa no ano de 1635, proibição reafirmada em 1659, em razão de questões comerciais. Isto aconteceu porque a cachaça (produzida no Brasil) fazia concorrência com o vinho (produzido em Portugal), prejudicando assim os interesses de Portugal. Contudo, esta proibição deixou os produtores de cachaça extremamente insatisfeitos com a Coroa Portuguesa.


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Prosseguindo a análise histórica, não Revolta da Cachaça (1661) poderíamos deixar de ressaltar que o governador Salvador Correia de Sá e Benevides, tendo em vista a necessidade de fazer frente às despesas relativas às tropas (aumento do contingente e regularização do soldo por causa dos constantes atrasos), solicitou ao Senado da Câmara do Rio de Janeiro a instituição de um imposto predial.


Inicialmente tal imposto não foi aprovado, e no seu lugar foi instituído o imposto sobre a cachaça e a carne, mas, como a arrecadação foi baixa, o imposto predial acabou sendo aprovado.


As questões políticas referem-se ao fato de que setores da sociedade fluminense estavam insatisfeitos com o predomínio político da família Correia de Sá e Benevides na capitania do Rio de Janeiro.


Os revoltosos se aproveitaram da ausência do governador Salvador Correia de Sá e Benevides da sede da capitania do Rio de Janeiro, e se levantaram, no dia 8 de novembro de 1660 (segunda-feira), sob a liderança de Jerônimo Barbalho Bezerra.


Os rebeldes acabaram substituindo tanto o Senado da Câmara como o governador interino (instituído pelo governador em consequência da sua ausência), tendo sido nomeado como governador Agostinho Barbalho Bezerra (irmão de Jerônimo Barbalho Bezerra). Entretanto, questões políticas afastaram Agostinho Barbalho Bezerra do cargo, que foi substituído pelo Senado da Câmara do Rio de Janeiro.


No ano de 1661, Salvador Correia de Sá e Benevides retornou à sede da capitania do Rio de Janeiro e desbaratou esse movimento rebelde. Ele designou, então, o desembargador Antonio Nabo Pessanha para implantar a devassa.


E, como resultado da devassa, Jerônimo Barbalho Bezerra e Jorge Ferreira Bulhões foram indiciados como líderes da revolta, mas apenas o primeiro teve a sua pena aplicada (a pena de morte foi cumprida no dia 10 de abril de 1661 (domingo), uma vez que o segundo faleceu dentro da prisão. Os demais condenados ficaram presos em Portugal e, posteriormente, foram perdoados pela Coroa Portuguesa.


Apesar da repressão inicial, o resultado foi positivo, pois o aumento da carga tributária foi suspenso, a proibição da produção da cachaça foi revogada e a família Correia de Sá e Benevides perdeu prestígio social, abrindo espaço político para outros setores da sociedade

fluminense.

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