FALTA DE INFORMAÇÃO AJUDA A ESTIGMATIZAR TRANSTORNOS MENTAIS
- Douglas Aguiar

- 9 de ago.
- 2 min de leitura
Problemas de saúde mental têm se tornado cada vez mais comuns em todo o mundo. A ansiedade, por exemplo, atinge mais de 260 milhões de pessoas. Aliás, o Brasil é o país com o maior número de pessoas ansiosas: 9,3% da população, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). E não para por aí. Novos dados mostram que 86% dos brasileiros sofrem com algum transtorno mental, como ansiedade e depressão.
Todavia, muitas pessoas têm entendimentos errados sobre problemas psiquiátricos. O estigma e a falta de informação são fatores que contribuem para essa situação, levando a preconceitos e discriminação.
E esse estigma em torno da saúde mental faz com que as pessoas se sintam envergonhadas de procurar ajuda, o que dificulta o diagnóstico e o tratamento, levando inclusive à falta de informação.
Por esse motivo, muitas pessoas não entendem os sintomas e as manifestações dos transtornos mentais, o que provoca julgamentos e a ideia de que quem tem problema psiquiátrico é “louco” ou “desajustado”, o que ocasiona preconceitos e discriminação, impedindo que esses indivíduos tenham acesso a oportunidades e direitos básicos, além da piora dos sintomas, dificuldade de recuperação e isolamento social.
Um levantamento feito pela Vittude, plataforma on-line voltada para a saúde mental, aponta que 37% das pessoas estão com estresse extremamente severo, enquanto 59% se encontram em estado bastante grave de depressão. A ansiedade em elevado grau de intensidade ati nge níveis ainda mais altos: 63%.
Algumas das pressões mais fortes podem vir do ambiente de trabalho: 20% dos funcionários ativos estão trabalhando sob forte pressão emocional, o que compromete a saúde física e psíquica, resultando em queda na produtividade, absenteísmo (faltas) e maiores taxas de contratação e demissão (troca de funcionário). Além disso, cerca de 32% dos trabalhadores brasileiros sofrem com os efeitos do estresse, um dos primeiros sinais da Síndrome de Burnout – segundo a International Stress Management Associati on (Isma-BR).
Outros dados recentes mostram que 49% dos trabalhadores no Brasil já tiveram crises de ansiedade, enquanto 44% dizem ter sofrido com o esgotamento mental em virtude do estresse profissional (Burnout).
Os transtornos mentais mais comuns são depressão e ansiedade. Apesar de serem problemas de saúde mental altamente divulgados, muitas pessoas ainda não entendem completamente os sintomas e as manifestações que caracterizam cada um deles.
De acordo, com o Ministério da Saúde, a depressão é caracterizada por sintomas como: tristeza profunda, falta de ânimo, pessimismo e baixa autoestima. O transtorno ainda pode “tirar” o prazer de atividades que antes eram agradáveis, provocar oscilações de humor e levar a pensamentos suicidas. “Para quem tem depressão, é tudo ou nada. Tudo é horroroso e nada está bom.”
Já o transtorno de ansiedade é caracterizado por preocupações ou medos exagerados – o que impede a pessoa de relaxar – e sensação constante de que algo ruim vai acontecer. O problema também traz muitas manifestações físicas, incluindo sudorese, palpitação, insônia, tremores, boca seca, dor de cabeça e tonturas, por exemplo.
Investir em saúde mental é um processo de autoconhecimento individual, coletivo e, nesse sentido, é fundamental que cada pessoa investigue e reconheça suas necessidades emocionais, desenvolva práticas de autocuidado de modo responsável e seguro, e saiba solicitar ajuda profissional.




Comentários