A MEMÓRIA DE 1996: JACAREPAGUÁ E AS ENCHENTES, UM ALERTA QUE SE REPETE
- Magnun Alves

- 24 de ago.
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Atualizado: 3 de set.
Jacarepaguá viveu uma das piores enchentes de sua história em 1996. O desastre devastou grande parte do bairro e deixou marcas profundas na memória da população.
Na época, muito se falou sobre o volume impressionante de água que desceu com as trombas d’água, mas outro fator foi igualmente grave: o acúmulo de lixo nos rios e mananciais.
Um problema que persiste
Passaram-se quase três décadas, mas a cena se repete. Outras enchentes ocorreram em diferentes períodos, e em todas elas um elemento foi constante: rios assoreados e cheios de lixo. O mais preocupante é que, para muitos moradores, ver rios nesta situação se tornou parte da rotina, um cenário que, infelizmente, se normalizou.
O registro atual
Recentemente, fiz um mapeamento e registro fotográfico de diversos rios da região: Santa Maria; Rio Grande; Rua Japomirim; Curumaú; Engenho Velho; Praça Valdir Vieira; Meringuava; Comunidade da Malvina; Tindiba; Colônia; Entre outros. Em todos, a cena foi semelhante: acúmulo de lixo e assoreamento. Entre os resíduos mais comuns estavam garrafas plásticas, móveis, restos de sofás e até colchões. Em alguns trechos, as margens viraram verdadeiros lixões a céu aberto.
Limpeza não basta
Uma limpeza ou dragagem ajudaria a melhorar o fluxo das águas, mas sem conscientização, o problema volta rapidamente. Essa mudança de comportamento precisa vir não apenas do poder público, mas principalmente da população. Afinal, o lixo doméstico é o que mais aparece, e ele não chega aos rios sozinho.

Áreas vulneráveis
Mesmo regiões mais afastadas, mas ligadas ao sistema hídrico, sofrem impactos diretos. Um exemplo é o rio da rua Vila Aurora, na área conhecida como Preguiça, parte baixa onde ainda existem casas sobre palafitas, na divisa entre as comunidades Curicica e Vila Sapê. Essa localidade é extremamente vulnerável a tudo que acontece antes no percurso das águas.
Questão ambiental e de vidas
O cuidado com o meio ambiente é urgente, mas, neste caso, estamos falando diretamente de proteger vidas. O descarte irregular de lixo não é apenas um problema de poluição: ele aumenta o risco de enchentes, destrói ecossistemas e ameaça a segurança de famílias inteiras.






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