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SUDOESTE, NÃO! TEM QUE SER BAIXADA DE JACAREPAGUÁ

  • Foto do escritor: Casa de Cultura de Jacarepaguá
    Casa de Cultura de Jacarepaguá
  • 25 de out.
  • 3 min de leitura
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Câmara Municipal do Rio de Janeiro

Comissão de Assuntos Urbanos

Exmo. Sr. Vereador Pedro Duarte – Presidente Comissão de Assuntos Urbanos


Assunto: Pedido de alteração da denominação da “Região Sudoeste” para “Baixada de Jacarepaguá”


Senhor Presidente,

Nós, representantes do Polo Cultural e Criativo de Jacarepaguá, coletivo formado por instituições culturais, artistas, ativistas e moradores da região, vimos por meio desta manifestar nossa posição quanto à recente criação da chamada “Região Sudoeste” no âmbito da nova divisão territorial da cidade do Rio de Janeiro.


Fundamentação histórica e geográfica

1. Uso histórico consolidado: Desde os registros coloniais, a área hoje composta pelos bairros de Jacarepaguá e adjacências sempre foi designada como “Baixada de Jacarepaguá”, denominação presente em obras acadêmicas, mapas oficiais e na memória oral da população.


2. Coerência geográfica: A região constitui uma planície costeira/lagunar situada entre os maciços da Tijuca e da Pedra Branca, estendendo-se até o Atlântico. A palavra “Baixada” descreve com precisão essa configuração geomorfológica. A expressão “Sudoeste” é genérica e não traduz as características físicas que moldaram a ocupação e a identidade cultural do território.


3. Identidade cultural e comunitária: O termo “Baixada de Jacarepaguá” não é apenas uma referência geográfica: ele constitui a chave identitária de dezenas de bairros que compõem este território – Taquara, Tanque, Praça Seca, Colônia Juliano Moreira, Anil, Freguesia, Pechincha, entre outros. Todos se reconhecem como pertencentes a Jacarepaguá e, historicamente, sempre se autodenominaram como parte da Baixada de Jacarepaguá.


A criação administrativa de um bairro único chamado “Jacarepaguá” acabou, paradoxalmente, excluindo os demais bairros do uso formal dessa designação, ainda que todos compartilhem a mesma origem e identidade.


É justamente por isso que empreendimentos, coletivos e instituições de diferentes bairros se apresentam sob a referência “Jacarepaguá” ou “JPA”, como é o caso da Casa de Cultura de Jacarepaguá, localizada na Taquara, ou do próprio Corredor Cultural e Turístico de Jacarepaguá, declarado por lei como Área de Especial Interesse Cultural.


Portanto, ao adotar oficialmente a expressão “Baixada de Jacarepaguá”, o poder público restaura essa identidade compartilhada, reinserindo todos os bairros no mesmo contexto histórico e cultural, e fortalece o sentimento de pertencimento que a designação genérica “Sudoeste” não é capaz de transmitir.


4. Clareza para gestão e comunicação: A denominação “Baixada de Jacarepaguá” garante maior precisão e coerência na formulação de políticas públicas e na comunicação institucional. Ao invés de uma expressão genérica como “Sudoeste”, o termo dialoga diretamente com a realidade física (planície costeira e lagunar entre os maciços da Tijuca e da Pedra Branca), com as demandas de gestão urbana (drenagem, saneamento, mobilidade) e com a identidade social dos moradores.


No campo urbanístico e ambiental, a palavra “baixada” traduz as especificidades do território, marcado por áreas alagadiças, rios e lagoas, permitindo maior clareza em projetos de infraestrutura e preservação.


No campo cultural e turístico, “Baixada de Jacarepaguá” já está consolidada em iniciativas de reconhecimento oficial, como o Corredor Cultural e Turístico de Jacarepaguá, em roteiros de turismo comunitário e em instituições que se apresentam sob essa identidade.


Do ponto de vista da comunicação com a população, a expressão “Baixada de Jacarepaguá” gera imediata identificação, reforça o sentimento de pertencimento e evita confusões. “Sudoeste” não desperta esse reconhecimento, dilui a história do território e fragiliza o elo entre a gestão pública e a comunidade.


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Pedido

Diante do exposto, requeremos que esta Comissão de Assuntos Urbanos avalie a alteração da denominação “Região Sudoeste” para “Baixada de Jacarepaguá”, por ser este o nome historicamente reconhecido, geograficamente adequado e identitariamente representativo do território.


Solicitamos ainda, se necessário, a realização de audiência pública com a participação da comunidade local, instituições culturais e órgãos técnicos relacionados ao Urbanismo, para debater o tema de forma democrática e transparente.


Na certeza da atenção de Vossa Excelência, reiteramos nosso compromisso com a preservação da identidade e da memória da cidade do Rio de Janeiro.


Respeitosamente,

Polo Cultural e Criativo de Jacarepaguá

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