- Jornal Abaixo Assinado
O grito poético de Tuca
Poetisa Dona Tuca
*Texto de Severino Honorato –
Será mesmo este o papel das artes poéticas, das poetas, tal qual Anahyde dos Santos Muniz, mais conhecida como Dona Tuca, nascida a 12 de março de 1933?
Seu grito há de reverberar. E assim se fez, quando pelas mãos da produtora Valéria Barbosa seu trabalho foi inscrito no Prêmio Leandro Gomes, em 2018.
Valéria e Dona Tuca
Esta simpática tataravó, moradora da Cidade de Deus, na região de Jacarepaguá, Rio de Janeiro, vem ao longo da vida desenvolvendo sua diversidade artística em inúmeros espaços, dentro e fora da sua comunidade, e teve seu primeiro livro de poesias editado, com o patrocínio do MinC, por conta do prêmio que recebeu.
As artes plásticas tomam conta das paredes da casa desta artista, que do alto dos seus 85 anos, segue de forma, e em práticas, incansavelmente criativa! Ela apresenta seu conteúdo em estado permanente de ebulição. É bom que prestemos atenção, pois existem muitas artistas que no decorrer da vida poderemos cruzar, mas não com o talento e vigor desta personagem real.
Recomendamos que adquiram seu livro e a convidem para um bate-papo.
Por fim, encerramos esta breve matéria empregando as próprias palavras da poeta.
RAIZ
Sou negra sim!
Negro é gente sim senhor!
Se o negro não existisse
O branco não seria doutor.
Bato no peito com orgulho
E digo a você: sou feliz.
Você diz que eu sou negra
Negra é a minha raiz.
Sou lenha, sou madeira,
Sou brasa, sou carvão,
Sou filha de um país negro.
Eu sou negra, eu sou nação.
*Poeta e Cordelista
RAIZ
Sou negra sim!
Negro é gente sim senhor!
Se o negro não existisse
O branco não seria doutor.
Bato no peito com orgulho
E digo a você: sou feliz.
Você diz que eu sou negra
Negra é a minha raiz.
Sou lenha, sou madeira,
Sou brasa, sou carvão,
Sou filha de um país negro.
Eu sou negra, eu sou nação.
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