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Foto do escritorDandara Florentino

MINHA RAIZ AVIVA MINHA IDENTIDADE

Atualizado: 13 de dez. de 2021

Antes de ser trancista, cursava administração e tinha outros planos. Mas, na pandemia, em distanciamento social, tive que eu mesma assumir a manutenção das minhas tranças. Foi o estímulo que eu precisava para entender mais sobre a minha ancestralidade.

Com a flexibilização do distanciamento social, fiz um curso em tranças afro e aprimorei minhas técnicas e conhecimentos. A especialização foi um divisor de águas. Aprendi a cuidar da minha raiz e da construção da minha identidade como mulher negra.


Sendo trancista, percebo o quanto esta profissão é necessária para o público feminino periférico, como afirmação da beleza negra e para a reconstrução identitária autoafirmativa sobre nossa estética. Temos o dom de transformar visualmente meninas que não dariam nada por si.

Uma menina trançada, entrelaçada ou com penteado afro, age de forma inimaginada. Elas se impõem, mostram e valorizam mais. É extraordinário, pois, sem que elas percebam, há uma transformação que as possibilitam ter o lugar de fala da sua própria vida.

Os penteados trançados são ferramentas históricas, sociais e políticas, diretamente ligados aos elementos identitários da cultura e do povo africano. As trancistas precisam ser, celeremente, reconhecidas como patrimônio imaterial da ancestralidade africana.

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