ACESSIBILIDADE, UM DIREITO, MAS AINDA NÃO UMA REALIDADE
- Bianca Lopes de Freitas
- 24 de set.
- 2 min de leitura
Esta matéria trata de acessibilidade e foi desenvolvida em entrevistas com pessoas com necessidades especiais - um surdo, um cego, uma cadeirante, além de representantes da subprefeitura de Jacarepaguá e empresa de ônibus Redentor.
Surdos
Guilherme Monteiro de Souza (22 anos), morador de Magé, trabalha no Centro do Rio de Janeiro, é surdo e, para ele, a falta de acessibilidade comunicacional é o maior problema no cotidiano de pessoas não ouvintes. O uso de tecnologias assistivas, como aplicativos de tradução de voz para textos, vídeos e filmes legendados e intérpretes da linguagem de sinais melhorariam muito o dia-dia do surdo. São necessários mais cursos de LIBRAS gratuitos.
Cegos
O Professor Renato Campos (65 anos) mora em Belford Roxo e trabalha no Instituto Benjamin Constant. Portador de amaurose (cegueira), sofre nas vias desniveladas, esburacadas, com bueiros sem tampas, todo tipo de obstáculos, carros e camelôs nas calçadas.

O piso tátil (vias amarelas sensitivas) aplicados sobre as calçadas não é respeitado nem substituído quando quebra. Além de ser bloqueado com todo tipo de coisas, impedindo a livre passagem do cego. Em Jacarepaguá, o piso tátil é praticamente inexistente, está nas estações de BRT e, na verdade, é muito raro em toda a cidade do Rio de Janeiro.
Outra ferramenta importante para o cego é o semáforo sonoro para travessia de ruas, raríssimo em toda a cidade. Há semáforos sonoros apenas em frente ao Instituto Benjamin Constant, na Praia Vermelha; Instituto Fernandes Figueira, no Flamengo; Associação Aliança dos Cegos, em São Francisco Xavier; União dos Cegos do Brasil, no Encantado.
É inaceitável, em uma cidade como o Rio de Janeiro, termos apenas quatro semáforos sonoros.
Pisos táteis devem ser solicitados à Subprefeitura de Jacarepaguá
Pisos táteis, de acordo com a assessora de imprensa, Gisele de Souza, devem ser solicitados à Subprefeitura que acionará a Secretaria de Conservação para pronta instalação.
A manutenção das calçadas, por sua vez, é responsabilidade dos proprietários (Lei1.350/88). A assessora informa que, quando há denúncia sobre calçadas danificadas, a Prefeitura notifica o proprietário para as providências necessárias sob pena de multa, caso não seja feito o conserto.
Autistas têm sala multiuso em Jacarepaguá
A Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência (RJ) inaugurou, em abril deste ano, uma sala multiuso no Centro Municipal de Referência do Mato Alto, em Jacarepaguá, com o objetivo de promover a inclusão de crianças autistas
Inclusão
A Jornalista Roberta Azevedo de Almeida (42 anos), pessoa com deficiência congênita (PCD), moradora de Jacarepaguá, destaca a importância da inclusão, fazendo eco com as palavras do Professor Renato Campos, cego. A inclusão começa em casa na família, de modo que a pessoa com deficiência não se sinta uma “pobre coitada”.

Roberta admite que a inclusão nas escolas tem melhorado muito, porém ainda tem muito para evoluir, principalmente na questão profissionalizante e na formação de terceiro grau.
Transporte público
A empresa de ônibus Redentor informa que a manutenção nos elevadores dos ônibus é feita a cada 90 dias e os motoristas são treinados com aulas teóricas e práticas, nas quais eles se colocam na condição de pessoas com necessidades especiais. Segundo Mário Mattos e Karina Dames, do Departamento de Recursos Humanos, em caso de defeito, a correção é imediata e, anualmente, há uma fiscalização da Secretaria Municipal de Transporte.
