ZONA OESTE? ZONA SUDOESTE? BAIXADA DE JACAREPAGUÁ? E AGORA? QUE CONFUSÃO!

Em 8 de setembro desse ano, o prefeito Eduardo Paes sancionou a Lei complementar nº 286/25, que instituiu oficialmente a criação da Zona Sudoeste da cidade do Rio de Janeiro, região englobada pela Área de Planejamento 4 (AP-4). Essa decisão não agradou a todos os moradores da localidade, pois uma petição solicitando a renomeação da região foi enviada à Comissão de Assuntos Urbanos da Câmara de Vereadores. O documento, proposto pela Casa de Cultura de Jacarepaguá, também solicita a realização de uma audiência pública para debater essa nomenclatura.

A atual Zona Sudoeste está inserida na Baixada de Jacarepaguá, que recebe este nome devido a um acidente geográfico responsável pela formação da região. Localizada entre os maciços da Tijuca e da Pedra Branca, possui como característica geomorfológica mais marcante a presença de um complexo lagunar, formado há aproximadamente 10 mil anos, testemunho da última regressão marinha.

Baixadas são planícies litorâneas, constituídas por superfícies relativamente planas e de pequenas altitudes. Suas formações decorrem de processos de deposições e de acumulações de sedimentos, transportados pelas ações dos rios e dos mares, frutos de um fenômeno natural e de grande ocorrência no litoral brasileiro conhecido como colmatagem.

Esse fenômeno encontra-se em estágio avançado na baixada em questão. A região, originalmente, apresentava um sistema costeiro formado por praias, dunas, restingas, manguezais, lagoas e brejos. Porém, hoje, já está bastante alterado pela ocupação urbana, fato percebido pelo acelerado processo de assoreamento dos corpos hídricos e pela degradação dos ecossistemas locais.

A divisão da cidade do Rio de Janeiro em “zonas” está baseada, principalmente, em questões históricas e de ocupação, não somente na orientação geográfica. Se apenas esse último quesito fosse levado em consideração, a Baixada de Jacarepaguá estaria no Centro-Sul do município e não no Sudoeste.

O nome de uma localidade vai muito além das suas características geográficas ou administrativas. Ele carrega uma identidade cultural, histórica e social que o conecta com uma coletividade que mora e/ou transita por esse recorte espacial.