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Quilombo do Camorim

Desfile de Modas Afro


Quilombo do Camorim comemora Dia da Consciência Negra

Alexandre Peçanha*

No dia 27 de novembro último, a Associação Cultural Quilombo do Camorim (Acuqca) comemorou, mais uma vez, como acontece há 15 anos, o Dia da Consciência Negra, data celebrada oficialmente, a cada ano, no dia 20 de novembro. A Acuqca realiza o evento sempre no final de semana seguinte ao dia oficial, para não haver coincidência com as comemorações de outras organizações que realizam eventos no próprio dia 20.

Para quem está acostumado a comparecer às feijoadas realizadas no Camorim, esse ano deve ter reparado dois importantes detalhes. A festa agora tem no seu título uma presença feminina. Nos anos anteriores, o título era festejado pela Acuqca como o Dia da Festa de Zumbi dos Palmares. Esse ano, recebeu o título Dia da Festa de Dandara e Zumbi dos Palmares. Outro detalhe é a letra “q” no nome da Associação. Antes era “Associação Cultural do Camorim” (Acuca), e agora, para o seu fortalecimento, passou estatutariamente para “Associação Cultural Quilombo do Camorim” (Acuqca), um dos quatro quilombos reconhecidos na área urbana do Rio de Janeiro. É importante frisar que a pronúncia é a mesma.

Maria Rivandilda organizou o desfile de moda afro


O evento, realizado na Igreja São Gonçalo do Amarante, uma construção datada de 1625, reuniu cerca de 350 pessoas, e contou este ano com o apoio da Prefeitura do Rio, pelo Edital das Ações Locais. Além da tradicional feijoada, feita à lenha por Adilson Almeida, o Mestre Guerreiro, presidente da Associação, houve diversas atrações. Entre elas, estandes de roupas e acessórios, como turbantes e colares; maquiagem; exposição de bonecas “Abayomi”, da Mônica Rocha, da Cidade de Deus; aulas de jongo, coco e capoeira, com Mestre Feinho da Senzala e Mestra Ana Carolina, do Grupo Sopro de Gaia; e a participação da molecada da Casa do Saber Popular, de Guaratiba. Houve ainda um desfile de moda afro, organizado por Maria Rivanilda, e uma exposição fotográfica. de Felipe Tubarão. A atração musical ficou por conta do grupo Awure, que canta em Yorubá e tem entre suas vocalistas a cantora Tânia Amorim.

Para o conselheiro do Conselho Estadual de Cultura do Rio de Janeiro, Reinaldo Sant’anna, uma das principais importâncias desse tipo de evento é torna-se mantenedor da cultura de uma tradição: “O quilombo do Camorim é uma referência. E, a cada ano, em suas comemorações do Dia da Consciência Negra, eles unem o passado ao presente. A liderança do Mestre Adilson é fundamental nesse processo de construção de uma comunidade referencial quilombola. Como conselheiro, acho fundamental a preservação e o apoio a esse trabalho de base comunitária e de referência histórica”, afirmou Sant’anna.

*Integrante da Associação Cultural Quilombo do Camorim (Acuqca)

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