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Parque Estadual da Pedra Branca: riqueza natural e cultural do Rio de Janeiro

DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE – 5 de junho
A beleza e a riqueza natural e cultural do Parque Estadual da Pedra Branca
*Professor Val Costa
O Parque Estadual da Pedra Branca (PEPB) é uma Unidade de Conservação criada em junho de 1974. Localizado na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro, ele engloba 17 bairros cariocas e protege, juntamente com o Parque Nacional da Tijuca, o pouco que ainda resta da Mata Atlântica em nossa cidade. Com seus 12.393, 84 hectares e cerca de 80 quilômetros de perímetro, o PEPB é considerado a maior floresta urbana tropical do mundo.
Essa Unidade de Conservação possui uma riquíssima biodiversidade, com 43 espécies de peixes, 20 de anfíbios, 27 de répteis, 338 de aves e 51 de mamíferos. O parque também abriga cerca de 900 espécies de plantas. O relevo é formado por um conjunto de rochas graníticas e gnáissicas de composições, idades e estruturas variadas.

Vista parcial da vertente sudeste do maciço da Pedra Branca
Muito antes de ser uma área protegida por lei, o Maciço da Pedra Branca já abrigava vários povos que, ao longo de milhares de anos, deixaram as suas marcas nessa exuberante floresta. A ocupação do entorno do PEPB iniciou-se há 4 mil anos, com os chamados sambaquieiros, grupos de caçadores e coletores que se alimentavam da carne dos animais encontrados nas encostas desse maciço.
No século XVI, a região já era toda habitada pelos índios tupinambás. Para eles, o Morro Dois Irmãos constituía-se em um local sagrado, onde os nativos realizavam rituais de iniciação e sepultamentos. Os tupinambás acreditavam que a floresta do atual PEPB possuía poderes mágicos que operavam curas milagrosas.

Estação de tratamento de água no PEPB
Nos séculos XVII e XVIII, a área do entorno do Maciço da Pedra Branca transformou-se em um imenso canavial. Nessa época, essa região fazia parte do Engenho do Camorim, grande propriedade rural fundada por Gonçalo Correia de Sá. Em 1667, a filha dele, D. Vitória, doou esse latifúndio para os monges beneditinos, permanecendo com eles até 1894.
No início do século XX, outra figura destaca-se na área do atual PEPB: o carvoeiro. Eles podiam ser tanto pequenos posseiros, que vendiam sua força de trabalho por um preço irrisório para um fazendeiro, como produtores independentes. O objetivo era abastecer o crescente centro urbano do Rio de Janeiro.

Por fim, mas não menos importante, deve-se mencionar a existência de duas comunidades remanescentes de antigos quilombos do Maciço da Pedra Branca: Alto Camorim e Cafundá Astrogilda. Ambas são certificadas pela Fundação Cultural Palmares e, ainda hoje, possuem moradores que vivem da agricultura familiar, plantando vários alimentos, tais como: aipim, inhame, banana, limão, alface e abóbora.