Os Povos Indígenas do Estado do Rio de Janeiro
Mapa I: Distribuição fundiária das terras indígenas no estado do Rio de Janeiro. Mapa original com as terras identificadas pela Comissão Pró-Índio. Fonte: http://www.cpisp.org.br/indios/html/uf.aspx?ID=RJ Acesso em 25/02/2015.
*Artigo da professora Alexandrina de L.A. Eleuterio –
Conhecer para Respeitar / Respeitar para Integrar – A distribuição dos Povos Indígenas no Estado do Rio de Janeiro
Antes da divisão administrativa nacional, existe o território, cuja diversidade étnica e cultural, sempre constituiu a sua maior riqueza. O Brasil, como um todo, é rico por ser plural, dinâmico e com um coração que pulsa não apenas o batuque e o suingue da mãe África, como as tradições e convergências dos povos europeus, que ao longo dos séculos, ocuparam a nossa terra. Mas não podemos esquecer que a terra brasilis tem as suas próprias raízes: os povos indígenas. Os quais a história nem sempre atribuiu a importância merecida. E esta parcela da população, que durante tantos séculos não possuiu voz e, muito menos vez, deve ser por direito valorizada e, para isso, precisamos devidamente conhecê-la. Já que o conhecimento precede o respeito e, apenas através deste, é possível efetivamente integrar. Sim, integrar. Esta é a palavra-chave do Brasil do futuro. No estado do Rio de Janeiro, atualmente, coexistem sete terras indígenas demarcadas, que se localizam no litoral do estado, em área de Mata Atlântica, sendo elas: Arandu Mirim (1) / Araponga (2) / Bracuí (3) / Cabo Frio (4) / Camboinhas (5) / Parati Mirim (6) / Rio Pequeno (7). Comunidades estas que se encontram interligadas por redes de parentesco e reciprocidade. A nível constitucional é salvaguardado os direitos destes povos, bem como da cultura e das tradições que os caracterizam. Além disso, nas últimas décadas, movimentos e organizações pró defesa indígena têm alcançado vitórias, porém o caminho a ser percorrido ainda está longe de ter fim. Na prática, não são raros os casos em que os interesses políticos e econômicos prevalecem sobre os direitos adquiridos. Por esta razão, cabe a nós cidadãos fluminenses defender estes territórios, marcos legítimos da nossa história e diversidade cultural. No Brasil com que todos sonhamos deve ser inegável aos povos indígenas, legítimos donos da terra, o devido reconhecimento dos seus direitos, do seu enquadramento histórico, assim como da valorização das diferentes etnias que os definem e das suas respectivas identidades.
*Docente de História e Geografia / Investigadora pela Universidade de Coimbra e UFRJ / Moradora da Taquara
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