- Jornal Abaixo Assinado
O Ensino Médio que queremos

Trabalho Educacional no maciço da Pedra Branca com a participação do Colégio Estadual Teófilo M. da Costa, Quilombo das Vargens, UFF e UFPR
A CONSTRUÇÃO DE UM ENSINO MÉDIO POPULAR
A escola territorializada
*Por Carlos Motta
Impregnada e consolidada de transformação social e econômica, a escola que lutamos busca desnaturalizar as desigualdades, a opressão capitalista e a ideia de que a globalização provocou a desterritorialização. Integrando o saber acadêmico ao saber popular, estabelece parcerias com instituições de pesquisa e movimentos sociais, procurando promover a consciência crítica e de classe. Portanto, sem isolamento com a realidade concreta e simbólica. Tendo a comunicação horizontal como proposta de integração, por meio de uma comunhão de ideais e ações, pois a opressão atinge todos os trabalhadores, seja aluno ou professor.
Portanto, o compromisso com as camadas populares se revela nas atitudes diárias da escola territorializada, que constrói sem parar e com humildade a necessária confiança dos sujeitos, atores e protagonistas das intervenções e denúncias deste mundo desigual. Daí a necessária integração entre a escola e o território no qual está inserida, em que a educação, em todos os segmentos, se articula ao povo na luta por uma sociedade mais justa. Nesse sentido, a integração da escola com os movimentos sociais se contrapõe à proposta capitalista de parceria do Estado com a iniciativa privada e suas “inocentes” fundações e de uma escola sem partido, que censura as ciências da sociedade.
Assim, o ensino médio que lutamos visa garantir visibilidade às demandas populares, estreitar o laço entre os estudantes e a realidade local, de caráter solidário e propositivo. Com isso, garante-se uma práxis educativa transformadora, na qual a superação do modelo econômico excludente é intrínseca ao aprendizado.
*Mestre em Educação e diretor do C.E. Teófilo M. da Costa