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IGREJA METODISTA DA TAQUARA REPUDIA A CULTURA DO ESTUPRO
Igreja Metodista da Taquara faz culto contra a cultura do estupro
No último dia 12/06, aconteceu na Igreja Metodista da Taquara um culto especial, com a participação das mesas das Sociedades Metodista de Mulheres do Distrito, que foi um momento de repúdio à violência contra a mulher e a cultura do estupro.
Veja na íntegra a Nota de Repúdio da
Igreja Metodista do Distrito de Jacarepaguá
A violência contra a mulher e a cultura do estupro
A Igreja Metodista do Distrito de Jacarepaguá manifesta seu repúdio à cultura do estupro, instalada na nossa sociedade, que ganhou destaque com a recente barbárie cometida contra a adolescente de 16 anos, em uma comunidade, na Zona Oeste do Rio. Estuprada com a participação de mais de 30 homens, a menina ainda foi brutalmente exposta nas redes sociais onde os atos foram exibidos como um troféu, sem a menor sensibilidade de pessoas que não temem nem à justiça de Deus nem à humana. A crueldade reacende a discussão sobre a violência contra a mulher e como a Igreja de Cristo tem se posicionado diante dela. Afinal, os dados são assustadores. O Ligue 180, Central de Atendimento da Presidência da República, recebe uma denúncia de violência contra a mulher a cada sete minutos. E uma mulher é estuprada a cada três horas no Brasil. Mas, se levarmos em consideração o medo e a vergonha que tomam conta das vítimas que, na maioria das vezes acabam não denunciando, veremos que esses números são muito maiores. Estudo recente do Ipea mostrou que, no máximo, 30% dos casos são de fato denunciados. Como Comunidade Missionária a Serviço do Povo, não podemos nos calar diante da violência contra a mulher que,muitas vezes, acontece bem perto de nós. Podemos nos utilizar de centrais telefônicas voltadas para isso, como o Ligue 180. E não é necessário se expor, se identificar. Deus sempre usou seus profetas para denunciar o pecado e as injustiças. E Ele não mudou.
A cultura que ainda faz homens se sentirem superiores às mulheres, em pleno século XXI, nada tem a ver com a cultura cristã que pregamos e que precisamos viver. Mais de 2 mil anos atrás, Jesus já lutava contra essa discriminação.
As Escrituras mostram a força das mulheres e como elas foram usadas por Deus em propósitos especiais. Maria, de origem humilde, foi escolhida para ser a mãe do Cristo encarnado. E não hesitou em aceitar a vontade de Deus, mesmo sabendo que sofreria discriminação por não ser casada ainda quando o anjo lhe apareceu. (Lucas 1.26-35). A passagem da mulher de Samaria a quem Jesus pede água é outro exemplo. Ela se surpreende com o fato de Jesus, sendo judeu, falar com uma samaritana. E mais: com uma mulher que já havia tido cinco maridos. Jesus oferece água viva para aquela mulher que leva à vida eterna. (João 4.5-29).
No Antigo Testamento, destacamos o exemplo de Débora, profetisa, juíza e líder militar que, antes de qualquer coisa, sabia ser liderada por Deus. Débora transmitia aos comandantes do exército de Israel as mensagens do Senhor. Em baixo de uma palmeira, improvisou uma sala de tribunal, a “Palmeira de Débora”, em Efraim (Juízes 5).
Compartilho a ideia do teólogo e sociólogo Otto Maduro quando diz que, até os anos 80, o movimento feminista deu ênfase à igualdade, inclusive de direitos e salários. Mas, aos poucos, começou a defender a diferença sem abrir mão da igualdade. “A mulher é diferente, mas a diferença não quer dizer nem superioridade nem inferioridade. Diferença quer dizer isso: diferença”.
* Rev. Flavio dos Santos – Superintendente Distrital em Jacarepaguá.
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