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Histórias da fundação do Rio de Janeiro

A morte de Estácio de Sá – de Antônio Parreiras
YAKARÉ UPÁ GUÁ – Professor Val Costa
Histórias da fundação da Cidade Maravilhosa: os 450 anos da morte de Estácio de Sá
Em 1555, os franceses aportaram na Baía de Guanabara e fundaram o forte de Coligny na Ilha de Serigipe, atualmente conhecida como Ilha de Villegagnon. Nessa colônia, chamada de França Antártica, eles pretendiam garantir a exploração do pau-brasil e conseguir um território onde os calvinistas franceses pudessem exercer livremente a sua religião.
Estácio de Sá foi um militar português que viveu no século XVI. Sobrinho do terceiro Governador-Geral da América Portuguesa, Mem de Sá, foi o primeiro governador da Capitania do Rio de Janeiro. Ele chegou ao nosso território em 1557, na esquadra do tio. Em 22 de novembro de 1559 foi nomeado capitão da galé Conceição. Participou da primeira expedição que tentou expulsar os franceses da Guanabara, realizada em 1960. Apesar de ter destruído o forte de Coligny, essa incursão não obteve o sucesso esperado, pois os habitantes do forte fugiram para o continente com a ajuda dos índios tamoios. Posteriormente, Estácio retorna ao reino português em busca de reforços.
A frota de socorro partiu de Lisboa para Salvador em 15 de fevereiro de 1563. Apenas no início do ano seguinte Estácio de Sá retornou à Guanabara, sendo rechaçado pelos Tamoios. Devido às hostilidades, o Capitão-Mor resolveu buscar recursos e mais combatentes em São Vicente. Finalmente, em 22 de janeiro de 1565, a armada de Estácio parte para a conquista da Guanabara. Ela era formada pela nau Capitânia, pelo galeão português São João e por uma nau francesa capturada. Cinco dias depois juntaram-se aos portugueses cinco navios pequenos e oito canoas guiadas por índios tupiniquins de São Vicente e de Cananéia.
No dia 1º de março de 1565, Estácio de Sá fundou, entre o Morro Cara de Cão e o Pão de Açúcar, a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. A cidade recebeu esse nome em homenagem ao patrono do Rei de Portugal, D. Sebastião. A localização lhe possibilitava servir de abrigo contra as investidas dos franceses. Durante quase dois anos, Estácio e os primeiros habitantes da cidade resistiram aos ataques dos tamoios e dos franceses, transformado a primitiva cerca de fundação da cidade em uma muralha com guaritas e sentinelas.
A expulsão definitiva dos franceses e o controle total da região só ocorreriam em 1567. Para tal empreitada, a Coroa Portuguesa designou três galeões, dois navios e seis caravelas. À frente da frota estavam Mem de Sá e Estácio de Sá. Derrotaram os três focos da resistência inimiga: o Porto dos Franceses, a Ilha de Paranapuai (atual Ilha do Governador) e a Fortaleza de Uruçu-Mirim (paliçada franco-tamoia localizada onde hoje está o Outeiro da Glória).
Estácio de Sá foi ferido com uma flechada no rosto no dia 20 de janeiro, falecendo exatamente um mês depois desse acontecimento. Ele foi enterrado na pequena Capela de São Sebastião, construída por Francisco Velho no início da fundação da cidade. Desde 1931, os restos mortais do fundador da cidade estão no Santuário Basílica de São Sebastião, no bairro da Tijuca.

Santuário Basílica de São Sebastião