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Cordel do Brasil: nossa cultura
Poetas no “Ser Nordestino”: Aderaldo Luciano, Cabral da Cabaceira, Mario Chagas, Bráulio Tavares, Jadiel Guerra e Severino Honorato
Cordel do Brasil para o Mundo
*Poeta Severino Honorato
É sempre muito importante reconhecer o significado dos saberes que a arte nos impõe. Assim tem prosseguido a arte do Cordel em seu papel; Brasil e mundo a dentro. Mas em especial, pensando a partir de 19 de setembro de 2018, quando nos foi proclamada a condição de “Cultura Patrimonial Imaterial do Brasil”, pelo Iphan, uma antiga reivindicação da Academia Brasileira de Cordel – ABLC. Claro que seus fazedores e seus receptores já o reconhecem como tal. Existe um alto grau de relevância, quando as escolas e instituições culturais incluem em seus planejamentos momentos de utilização desta arte, como indispensável teor literário dedicado aos seus.
Em outubro, tivemos dois momentos interessantes, em paralelo: a semana “Ser Nordestino”, patrocinada pelo Museu da República, que arregimentou nomes como Aderaldo Luciano, Bráulio Tavares e o próprio diretor do Museu, Mário Chagas. Recebi convite da educadora Ana Paula Zaquieu para que eu produzisse texto em Cordel sobre a transição do período da monarquia para a República, e assim foi feito.
Nossa República nasceu
No Nordeste brasileiro
Pois que o marechal seria
O presidente primeiro
Revolvendo do passado
Gerando povo guerreiro.
Como registra a História
O fato pareceu golpe
Pois que a trilha parecia
A marcha feita em galope
Com liderança recria
Nova receita ao xarope (…)
Em seguida, a mesma equipe me convidou para produzir novo Cordel sobre os 30 anos de promulgação da Constituição do Brasil, que é uma parceria entre o Museu da República e a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro – Alerj. São momentos complementares da nossa História republicana brasileira, cujo olhar da Literatura se faz presente.
Está na Constituição
é direito assegurado
o viver com proteção
no formato desejado
pois que sem ter ameaça
que nos venha numa taça
viver idealizado!
De certo estou falando
da República brasileira
do seu povo, sua gente,
de ação alvissareira
um tanto ressabiado
pelo que tem se passado
por não ser a vez primeira!
Constituição vem ser
as regras da Lei do Estado
tendo a nossa “Cidadã”
apelido declarado
sendo a cinco de outubro
horizonte de sol rubro
teve valor promulgado!
Todo direito é conquista
tá nos anais da História
não há começo sem fim
ou atitude sem glória
pois que valerá a pena
manter o grito na cena
para se alcançar vitória!
FestiCordel – poetas no Festival Raiz: Francisco Ferreira, Andréa Boaventura, Guilherme Teles, Cícero do Maranhão e Isael de Carvalho.
O segundo momento ocorreu nos quatro fins de semana, no Centro Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas, onde houve o primeiro Festival de Cultura Raiz, que contou com: Dança de casais, coordenada por Marinho Braz; o Cordel, por Severino Honorato; Repente e Embates, por Aderaldo Luciano e Daniel Gonzaga; e por fim Trio Pé de Serra, por Adélio da Silva. Importante salientar que o Festival foi viabilizado pela comissão provisória da Feira de São Cristóvão, da qual faz parte Gilberto Teixeira, músico, compositor e pesquisador, com uma série de seis livros sobre a Feira.
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