- Jornal Abaixo Assinado
A luta da Cidade de Deus pela Educação
Cidade de Deus em luta pela melhoria da Educação
Lutar é preciso! Essa disposição partiu de dois grupos de moradores da Cidade de Deus que querem a melhoria da qualidade da Educação na comunidade. As mães das crianças matriculadas na creche, que funciona no Ciep Luiz Carlos Prestes, e os pais dos alunos da Escola Municipal Augusto Magne estão dispostos, se for o caso, a protestarem na porta da Prefeitura ou da 7a CRE – Coordenadoria Regional de Educação.
Pela permanência das cinco turmas da creche no
Ciep Luiz Carlos Prestes
As mães das crianças matriculadas na creche deste Ciep estão insatisfeitas com o posicionamento antidemocrático da professora Sônia Marques, coordenadora da 7a CRE, que simplesmente decidiu, sem consultar ninguém, nem mesmo as mães, pelo fechamento do atendimento às crianças do maternal I e II, com idades entre 2 e 3 anos. Isso significa a perda de 50 a 75 vagas para 2016. Essa decisão será parte da reestruturação da Rede Municipal?
No entanto, a ONG CDD Acontece fez, recentemente, uma pesquisa e constatou que há centenas de crianças entre 2 e 3 anos na comunidade. Os dados confirmam a necessidade da manutenção das vagas na creche. Portanto, a alegação da 7a CRE de que não há demanda para creche nessa idade é fantasiosa. Como uma burocrata, fechada num gabinete, onde funciona a 7a CRE, pode decidir o que é melhor para a comunidade, sem debater com os pais, e diminuir o número de turmas da creche no Ciep Luiz Carlos Prestes?
Os moradores da Cidade de Deus estão reivindicando a construção de uma nova creche ou EDI – Espaço de Desenvolvimento Infantil que atenda à modalidade berçário, não existente hoje na comunidade.
Pela climatização na Escola Municipal Augusto Magne
Quando começaram as obras de climatização da Escola Municipal Augusto Magne, todos comemoraram: mães, direção, professores e alunos. Foi uma alegria! Era o fim do sofrimento de muitos anos sem ar-condicionado nas oito salas da escola e, também, do barulho provocado pelos antigos ventiladores de teto.
Entretanto, a alegria durou pouco, no final de 2014, as obras terminaram e a Light instalou o poste e a caixa de luz, mas não ligou o sistema de ar-condicionado.
“Não dão explicação à comunidade escolar. Temos uma ótima escola, com professores dedicados, mas queremos melhorá-la, para elevarmos a qualidade do ensino. As crianças e os professores sofrem com o intenso calor nas salas, o que prejudica a aprendizagem”, desabafa Claudia Santana, 47 anos, mãe da aluna Ana Beatriz.
Os pais dos alunos querem resolver essa situação antes do próximo verão. Para isso, fizeram um abaixo-assinado. “Não se preocupam, porque não têm filhos na escola. Estive com as professoras Leila e Ana Lúcia, assessoras na 7a CRE, que me informaram que não há prazo para a Light resolver o problema. A culpa é da Secretaria Municipal de Educação e da 7a CRE, que não pressionam a companhia. Estudar numa sala quente, abafada, com um calor insuportável prejudica a qualidade do ensino. Vamos pressionar agora pra valer”, afirma Cabral, avô do aluno Yan Kayo, 6 anos, do 1o ano do Ensino Fundamental.
As palavras da aluna Ana Beatriz Santana, de 11 anos, resumem bem o sentimento de todos. “Quando faz muito calor, é impossível estudar. O ventilador faz muito barulho, e não ouvimos a professora. Na verdade, não estudamos nada nesses dias. Queremos nossa escola em boas condições, porque é melhor para a nossa formação.”
Parabéns Ana Beatriz!
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