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  • Foto do escritorLuiz Claudio Silva

A BARRA DA TIJUCA INVADE JACAREPAGUÁ EM NOME DO CAPITALISMO

Atualizado: 17 de nov. de 2021

O que temos para comemorar nesses 427 anos de Jacarepaguá? Com a visão da classe nobre do bairro, dos grandes empresários das empreiteiras e da própria especulação imobiliária no território não há muito o que comemorar, tendo em vista a gentrificação promovida em comunidades pobres e periferias como a favela da Vila Autódromo, que travou uma batalha violenta contra as remoções por décadas para não ser apagada do mapa e dar lugar a mais um condomínio de classe média em seu território. E não podemos deixar de lado toda a área verde como a da estrada de Camorim, que foi destruída para abrigar vários condomínios no local.


Também é notório que os novos (moradores) emergentes, em especial, que migram para os condomínios que brotam na região questionem: aqui é Barra ou Jacarepaguá? Quem já não se viu envolvido nessa questão? Essa modificação de endereço interessa ao status, ao aumento dos impostos (em especial o IPTU), entre outras questões. A Barra da Tijuca vem a alguns anos invadindo Jacarepaguá, transformando determinadas regiões em áreas nobres; nitidamente uma ocupação territorial em nome do capital. Muitos são os condomínios construídos em Jacarepaguá que levam o nome de Barra. Lembremos também do aeroporto de Jacarepaguá que, edificado em 1969 e inaugurado em 19 de janeiro de 1971, apesar de manter o nome de origem se encontra hoje em pleno coração da Barra.


Penso que não devemos permitir que o bairro perca sua identidade, construída ao longo dos seus 427 anos, com luta e resistência, e deixe de ser Jacarepaguá para atender os interesses da especulação imobiliária. As melhorias devem ser feitas, como saneamento básico, dentre outras, mas respeitando os moradores da região, a história do bairro, a fauna e a flora. Aliás, em se tratando de Rio de Janeiro, as maiores riquezas naturais estão em Jacarepaguá. É muito importante para o ecossistema que o bairro continue sendo uma área de preservação ambiental.

“O mapeamento mostra que a Zona Oeste detém o maior espaço preservado da cidade. O bairro mais verde da cidade é Guaratiba, com 6.967 hectares cobertos por vegetação. Por outro lado, o Rio de Janeiro tem metade se seus bairros com menos de 1% da cobertura de Mata Atlântica”, diz Alexandre Scussel (disponível em: https://mundogeo.com/2011/12/21/cidade-do-rio-de-janeiro-tem-novo-mapa-de-areas-verdes/.

Na Vila Autódromo estamos reflorestando todo o verde que foi destruído pela Prefeitura no período olímpico, em 2016.

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