É O RIO DE JANEIRO SEM RUMO
Cresce a cada dia na Baixada de Jacarepaguá e em todos os bairros da cidade os roubos, furtos e receptações de cabos, fios metálicos, geradores, baterias, transformadores e placas metálicas
ALERJ votou no dia 3/ 12 o Projeto de Lei n. 529/ 2019 que combate furto e roubo de fios de cobre, fibra ótica e afins.
As telecomunicações são essenciais no dia a dia de toda a sociedade, e é ainda mais relevante nesse cenário de pandemia e isolamento social em que estamos obrigados a viver, pois a telecomunicação nos garante o estudo e o trabalho a distância, contatos com familiares e amigos, nos facilitando fazer compras e pagamentos on-line, bem como outras atividades. Viabiliza principalmente a continuidade dos serviços essenciais do país, como os de emergência, segurança pública, médicos e hospitais, entre outros.
Moradores, comerciantes, empresários e órgãos governamentais de diferentes regiões do Rio de Janeiro vêm sofrendo com episódios de furtos de cabos de telefonia e energia elétrica.
Essa modalidade de crime já causa prejuízos anuais de R$ 900 milhões aos setores e deixa milhares de pessoas diariamente sem luz, telefone, internet e até sem transportes no Rio de Janeiro. Além de casas e comércios afetados, os hospitais, túneis, viadutos e vias de grande movimentação, como a Linha Vermelha e a estrada Grajaú-Jacarepaguá, também são locais de maior incidência dos furtos. Os furtos de cabos de telecomunicações mais que dobraram no estado nos últimos dois anos.
As fotos desta matéria são apenas de ruas de Jacarepaguá. E nelas há marcas visíveis dos furtos ou do vandalismo. É um crime extremamente comum, cuja prática vem crescendo a cada dia. Esses furtos no Rio de Janeiro geram transtornos e prejuízos, para toda a sociedade, todos somos vítimas desses criminosos.
Quem antes furtava era viciado, para sustentar o vício em crack, e outras drogas. Hoje, a concorrência aumentou, e quem passou também a atuar são os piratas de redes, a serviço de paramilitares e traficantes. Além de cabos, as quadrilhas passaram a levar itens muito específicos, como radiocomunicadores, modens e equipamentos de fibra óptica, que não são comprados por ferros-velhos, o que possibilita que pequenas empresas prestem serviços clandestinos nas comunidades. A maioria delas, ligadas à milícia ou ao tráfico, coloca câmeras em condomínios, ruas e praças, vendendo canais de TV ilegalmente, conhecidos Gato net.
Todos os meses, aproximadamente sete milhões de usuários de TV a cabo, telefonia e internet são prejudicados em virtude desses furtos. As empresas e concessionárias estimam um prejuízo de mais de cinco milhões de metros de cabos furtados, incluindo cabos e cordoalhas da Light, interrompendo o fornecimento de energia elétrica para a Supervia e causando transtornos e interrupções nos trens. No Rio, além dos furtos de cabos, existem problemas de segurança pública em vários pontos da cidade, que deixam os serviços de manutenção perigosos. Os criminosos impedem o acesso a Estações de Rádio-Base (ERBs), fundamentais para manter o serviço.
A sociedade clama por seu direito sagrado de ir e vir. Solicita das autoridades mais segurança pública, para que não fique impune ou conste apenas como mais um número, nas estatísticas do estado, a morte do cineasta, de 34 anos, Cadu Barcellos, morto por causa de um aparelho celular e de míseros reais.
É fundamental que a população, caso presencie ou tome conhecimento sobre qualquer ação criminosa, ligue para o Disque Denúncia (2253-1177).
Escrito por Júlio César
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